Ilustração - Passo a passo

Heeey
Quem acompanha o blog sabe que a Beea Moreira fez uma ilustração super fofa para o Naquele Outono.
Quem ainda não a conhece pode ler mais aqui --> Beea Moreira
Muitos pensam que a criação de uma ilustração é uma coisa simples e sem maiores complicações. Mas a questão é que não é fácil fazer algo que está concretizado na cabeça de outra pessoa. Lembro que quando escrevi para ela fiz um texto enoooorme, descrevendo como eu havia imaginado o cabeçalho do blog, como gostaria que os marcadores ficassem e do que mais gostava. Foram muitos e-mails trocados até enfim terminarmos todo o processo.
Conforme a imagem ia avançando ela me mandava uma foto... Imagina como estava minha expectativa? Das mãos dela sairia a carinha do meu cantinho, olha a responsabilidade!
Hoje resolvi mostrar passo a passo da produção para vocês :)


Essa foi a primeira foto que recebi. Imaginem! A Beea tinha entendido direitinho o que eu havia imaginado. Era só eu autorizar e a produção continuaria, claro que não pensei duas vezes.


Hora do teste de cores. Foi ai que tive mais ou menos uma ideia de como tudo ficaria. Quando recebi essa imagem levei o maior susto! Pensei que ela já tinha terminado e quase comecei a escrever uma resposta dizendo o quanto esperava mais e blablablá hahahaha Mas quando li o assunto do e-mail (TESTE DE CORES) me senti a maior tonta.


E a ilustração finalizada ficou assim ♥
A melhor de todas na minha "nada humilde opinião". Foi uma das minhas metas realizadas em 2014 e sempre é incrível ver nossas metas sendo cumpridas, concordam?


Espero que tenham gostado.
Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Vivendo a vida

Sempre acreditei que depois de um tempo a vida começava a se resolver por si só, como se surgisse um botão automático. Mas aos poucos você vai percebendo que metade do que acreditava ser a definição de "vida" nada mais é do que características associadas a ela.
Acredito que em algum momento irei usar todos os conselhos que minha avó me deu, mas tudo ainda parece tão distante e complicado. As vezes me pergunto como se vive a vida e se estou fazendo da forma certa. Porque a verdade é que por aqui não existe esse tal de manual de instruções, e talvez se existisse tudo perderia a graça, seria tedioso segui-lo. 


Hoje eu parei 1 minuto para respirar. Por algum motivo há mais de um mês tinha esquecido que respirava. É um movimento completamente involuntário que as vezes esquecemos que o realizamos. Como posso respirar por 24 horas sem ao menos 1 segundo pensar que estou respirando? 
Da mesma forma que sempre me queixei de nunca ter visto uma estrela cadente... Mas não lembro da última vez que dediquei uma 1 hora à apreciação do luar.
Por isso continuo a me perguntar: Estou executando certo essa tal de vida?



- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar :)

Sonhos de uma criança

Um dia eu vou ser gente grande.
Vou desfilar de salto alto e batom vermelho.
Eu serei bem bonita, do jeito que todo mundo olha e sorri. Vou poder dirigir e brigar com os motoqueiros no trânsito, igual a mamãe faz. Poderei ficar acordada até tarde e assistir Os Simpsons até pegar no sono.


Vou ter um celular bem chique que recebe chamadas de várias pessoas, não só da minha mãe. Participarei das conversas dos adultos depois do jantar, jogarei cartas com eles e reclamarei do juros do banco. Porque eu terei um cartão de créditos com o meu nome gravado.  Vou usar pulseiras douradas e anel de brilhantes, para me sentir ainda mais importante.

Fonte: http://www.caprichosdailusao.blogspot.com.br/

E vou tomar café, muito café.
Depois eu acharei meu príncipe encantado, para viver comigo por toda a eternidade. Vamos construir um castelo numa montanha e viveremos felizes para sempre.
Igual os adultos fazem.

Fonte: http://www.palavrassinceras.wordpress.com/
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;)

Uma Ilusão

Acredite, metade de mim é amor e o resto sou eu tentando entender o amor.
Queria acreditar que quando eu acordasse amanhã as coisas seriam diferentes, mas é o mesmo que desejar que tudo se transforme em um conto de fadas. Fomos enganadas a vida inteira acreditando que no fim tudo se resolveria, como aconteceu com a Bela e a Aurora. Mas a grande diferença é que não eram elas que comandavam o lápis e nós somos autoras do nosso próprio destino. Qualquer erro de coerência pode nos jogar no abismo, ao mesmo tempo que qualquer vírgula bem empregada pode nos apresentar à tão sonhada felicidade.


É estranho quando descobrimos isso, que estamos no comando. Algumas coisas ficam mais claras, mas a maioria perde o sentido. E é ai que percebemos que não poderemos simplesmente usar a borracha quando errarmos, o ponto colocado precipitadamente ficará lá para sempre.


Queria poder dizer que já tenho toda a minha história planejada, mas a incerteza se restará grafite me corrói.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;)

Não era pra ser

Todos os dias pela manhã quando Anne passava por aquela esquina ela o via, o tão charmoso homem de cavanhaque e chapéu. Ele sempre muito gentil retribuía todos os acenos dela. E desde sempre Anne guardava seus sentimentos para si.


O homem de cavanhaque e chapéu nunca soube que Anne o desenhou em todas as folhas do caderno, nem que ela tinha um diário onde anotava cada combinação de roupa que ele usava, não sabia que por todo o quarto dela havia fotografias dele espalhadas pelas paredes. Fotografias que ela teve o cuidado de clicar sempre ali naquela esquina por volta das oito da manhã enquanto ele esperava o ônibus, na mesma pose. Ela se escondia por entre as árvores após passar por ele e aguardava o momento exato em que ele balançava a mão para o ônibus.


Anne nunca teve coragem de ir falar com o homem de cavanhaque e chapéu, sua comunicação com ele se resumia aos tímidos acenos e sorrisos discretos. Ela tinha medo que ele a desprezasse. E por isso Anne nunca leu as milhares de cartas que Arthur escreveu para a moça engraçada do ponto de ônibus. Também não viu a coleção de fotos que ele também tinha. Anne sempre se perguntou onde ia o homem de cavanhaque e chapéu durante a noite, nunca o encontrou em outro horário que não fosse pela manhã. Jamais soube que antes dela voltar do trabalho ele se escondia na mesma árvore que ela usou horas antes e clicava seu caminhar relaxado em poses aleatórias.


Anne e Arthur nunca se falaram, por medo. Eles se amaram eternamente, em segredo. Ninguém conseguiu tirar Arthur de Anne, nem Anne de Arthur. Mas, mesmo depois de anos, eles ainda repetem todo o ritual das fotos, cartas e desenhos... em segredo.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

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Em frente

Pensei que fosse ficar presa a isso por toda a eternidade. Jurei que não teria forças e que tudo isso me consumiria aos poucos. Imaginei-me sentada no fundo do poço escrevendo em um papel manchado o quanto fracassei. Vi todo o meu futuro se perdendo em um mar de lágrimas e minha fé sendo consumida pelas dores. Pude até sonhar com meus gritos de socorro e desespero, enquanto um mundo todo seguia ao meu redor e eu permanecia parada no tempo sendo escrava das minhas próprias desilusões. Arquitetei planos suicidas, para acabar com a agonia. Porque mesmo antes de me machucar já podia sentir a dor.


Mas nunca me imaginei de pé, sorrindo e encarando os problemas como gente grande deve fazer. Jamais pensei que eu, sozinha, seria capaz de escolher. Em nenhum de meus sonhos vivi, nem que fosse por um segundo, a alegria de poder estar sentada na tampa do poço.


Não sei se fui pessimista demais ou se acreditei no que diziam de mim. E talvez acreditar no que os outros falam pode não ser um bom caminho.
Eu só sei que eu consegui.
E quem disse que eu não conseguiria?

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar.

Qualquer dia

E às vezes você sente uma vontade enorme de escrever, de colocar no papel as frases lindas que aparecem, assim do nada, na sua mente.

Só que na hora H a folha fica em branco. Parece que uma nuvem passou por você e levou toda sua inspiração para chover em outro lugar. 
E só sobra você e as pautas. 
Triste fim de um escritor.


Por que não escreveu antes?
Não foi sábio, Srº Escritor. Deveria saber o quanto nossa imaginação é perversa.
Seu incrível texto foi por água abaixo, lamento informar.
Tente novamente. 
Qualquer dia.  
Quem sabe o cosmo não colabore com você, colega.  


Queria poder dizer que não sou como você, que tenho a mente mais iluminada do século. Mas, na verdade, todos nós, escritores, temos a cabeça meio picotada, sabe? 
Ás vezes uma ideia sai daqui e cai ali, e depois volta. 
É complicado. 
E por vezes ela desaparece e retorna anos depois, como se estivesse ali o tempo todo. 
Queria poder controlá-las, as ideias.
Mas por enquanto o que te resta é continuar olhando para as pautas e esperar o cosmo colaborar.  
Quem sabe. 
Qualquer dia. 

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar :)

Por você.

E daí se quando você me olhar meu coração decolar?
E daí se quando eu ouvir sua voz, mesmo que por telefone, umas quinhentas borboletas começarem a dançar no meu estômago?
E daí se quando eu deitar para dormir minha mente insistir em te rever?

E daí se o mar, o céu, as estrelas, os pássaros, os casais apaixonados, os filmes, as músicas... se tudo me lembrar você?


Eu juro que não vou me apaixonar. Mesmo que o mundo vire de cabeça para baixo, eu continuarei imune. Eu tenho medo.
Medo de amar? Não. Medo de arriscar? Também não.
Eu tenho medo de te decepcionar. De te ver chorar por minha causa. De sentir as suas noites em claro e saber de quem foi a culpa.
Desculpe. Mas não quero me apaixonar.
Mesmo que o seu sorriso seja o motivo da minha alegria antes de dormir.


Não pense que eu não sentirei a sua falta. Você já faz parte de mim! Vou sofrer, muito.
E talvez essa dor se eternize.
Mas não quero me apaixonar.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;) 

Mais uma dose, por favor.

Eu quero só ver quem vai me tirar daqui, moço. Esse bar é uma droga, sempre foi. Mas foi aqui que ele marcou de me encontrar. E é aqui que eu vou ficar até ele chegar. Sabe por quê? Porque ele vai chegar.


Sim, pode me servir outra dose. Olha, ele disse que me ama hoje pelo telefone, acredita? Nossa, isto aqui está horrível! Não, por favor, espere mais algumas horas, ele chegará. Que horas eu marquei? Bem... Ele está cinco horas atrasado. Mas e daí? Deve ser o trânsito da madrugada. O quê? Claro que durante a madrugada tem engarrafamento, não seja idiota. Hoje, pelo telefone, ele disse que me ama.


E sabe da maior? Eu também o amo. Ah, moço, não feche o bar. Ele virá! Não me deixe perder as esperanças. Pago outra dose, pode ser? Que cara é essa? Sorria, moço! Ele te dará uma boa gorjeta, porque todo meu dinheiro já está na sua caixa registradora, acredita? Claro que não precisa me levar para casa. Ele virá, sabe por quê? Porque hoje, pelo telefone, ele disse que me ama.


... Só que ele não veio.
Nunca mais ele veio.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar. ;)

Srº Palhaço

Aplausos, vivas, acenos... Sorrisos.
Os palhaços são seres tristes. Nunca reparou? Os felizes por natureza não precisam se esconder, nem criar um sorriso.  A cada pincelada em seu rosto, ele sente a dor da hipocrisia. 


Sabe que durante todo o espetáculo não será ele mesmo, será uma simples miragem daquilo que a plateia deseja. Cada olhar que ele encontra nas arquibancadas é um sonho que ele destrói. Sim, Sr Palhaço, você sabe que a mentira te sustenta. A cada brincadeira, sente sua alegria ir... 


Por que não assume? É um palhaço melancólico. Que lástima! Admita que suas noites são molhadas e suas manhãs desesperadoras. Do que adianta viver ansiando pelo anoitecer?  Parece que o que resta é a morte. O fim de seu desprezível espetáculo particular. A sua ruína já está ai, não seria a morte uma amiga salvadora? 


 Chorar é supérfluo, não acha? Essa dor que você sente quando chega a hora de retirar a máscara, é pavorosa. Sinto pena de você. Livre-se, por mim. É torturante te ver implorar por um sorriso... Mate-me, Sr Palhaço. Por favor.


- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;)

Fênix

A cada estação você se renova com mais força. O mundo ao seu redor já não tem mais valor, os dias são como minutos que passam despercebidos, você me perturba como se eu fosse a tua escrava. Tento dormir para lhe esquecer. Mas você está presente nos meus sonhos e mesmo quando aparece num pesadelo eu me entrego profundamente ao seu olhar. 


Foto do Google


 Tento fugir para me livrar. Porém é como se você me perseguisse e morasse na minha mente. Sei que querer você é mais um desejo fútil e egoísta meu. E que com o passar do tempo você ficará para traz como uma mancha esquecida no passado. Penso em lutar por você, mas você me mostrou - várias vezes - que não vale a pena. Eu sei que você pode morrer por um tempo e, mesmo antes que eu me acostume, você renascerá das cinzas de um passado triste e infeliz.




- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.


Não copie sem creditar. ;)

Como vovó sobreviveu?


Enquanto todos estão falando sobre o feriado... Eu falo das vovós! hahaha
Já parou para pensar como foi a infância da sua avó?
Deixa eu te ajudar, feche os olhos e imagine...
Um mundo sem computador, sem internet, sem DVD (nem estou citando o Blu-ray), sem celular (para não falar de tablet  e Ipad), sem fast food, sem carro, sem ônibus, sem metrô... GENTE!!! SEM ENERGIA ELÉTRICA!
Sinceramente, não sei o que preencheria meu tempo sem todos esses aparelhos eletrônicos e invenções tecnológicas. Não que eu viva disso, mas quase tudo que faço depende desses utensílios. Somos escravos da tecnologia, admitam!
Resolvi fazer uma pesquisa pela memória da minha avó e vasculhar todas suas lembranças sobre esse tema. Se não acreditar no que irá ler aqui chame sua avó que, acredite, ela irá confirmar.

Dnª Creuza Inês 

(O nome da minha avó como subtítulo ♥)

Data de nascimento: 12/07/1944 (Leu direitinho? 1944)
Naturalidade: PR - Campina Grande 
Foto do Google

Vó, posso te fazer umas perguntas?
-Não. Estou ocupada.
Ah, vó... Poxa, é para o blog.
-Se o arroz queimar a culpa é sua.
Ta bom. Imagino que as coisas na sua infância foram um pouco diferentes da minha. Você lembra como era, por exemplo, a forma de locomoção?
-Ah...(Aquele momento que mil e uma cenas do passado passaram pela cabeça da minha avó) Claro! Na minha cidade só a pé ou a cavalo. Foi assim por um bom tempo. Depois quando começou a aparecer os carros era uma coisa... Quando passava um parecia que tinha celebridade na rua, todo mundo saía das suas casas para olhar.
E como você se comunicava com parentes de longe?
-Via carta. Olha, levava meses para chegar ao destino e mais meses para voltar a resposta. 
Sabe que boa parte do meu tempo é ocupado por aparelhos eletrônicos. Como vocês preenchiam o espaço de tempo dos dias?
-Ah, minha filha... De dia era trabalho duro, claro. Mas de noite íamos à casa da vizinha tomar chá e jogar conversa fora. Era bom...
Outra coisa que não me vejo sem, é microondas. Como vocês cozinhavam?
-Microondas? (risos) Era fogão a lenha e fogão a carvão. Só que o a carvão era chique, sabe? (risos)
Vó, todos sabemos que o pessoal dessa época tinha muitos filhos. Dependendo até mais de 20. Você acha que a falta da TV foi o motivo?
-(risos) Claro que não, garota! A falta de preventivos sim. Ah, mas a falta de TV também ajudou. (risos)

Foto do Google

PS: Todos as informações da entrevista são baseadas no modo de vida dos morados da cidade de Campina Grande na Paraíba por volta de 1950.

Tente fazer essas perguntas para a sua avó, você vai adorar as respostas.


- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.