Uma Carta ao Polo Norte

Querido Papai Noel,
gostaria muito de pedir um computador novo (porque realmente estou precisando), um guarda-roupa lotado (por pura vaidade) e, quem sabe, a vaga dos meus sonhos na faculdade (porque eu mereço e ponto). Mas ultimamente estou invertendo a ordem na minha "lista de prioridades". Não sei se você já estava sabendo e mil desculpas por te avisar isso assim, em cima da hora. É que você mora tão longe, e tudo por aí parece tão perfeito e possível que eu não quis estragar toda essa magia com meras aleatoriedades do meu universo particular. 
Dessa vez, eu quero pedir pelo mundo. 
Pela Terra que, dia após dia, morre. Que mesmo com ações revolucionárias de grupos que agem em sua defesa, continua a não resistir ao ataque humano. As árvores e mares que nos são vitais, e sofrem. Eles não foram alfabetizados para lhe escrever uma carta como essa. 
Peço pelos animais... Esses que nos alegram todos os dias quando chegamos em casa e aqueles que precisam fugir para que suas peles não virem agasalhos ou para que seus preciosos corpos não sejam transformados em (asquerosos) troféus.
Antes de me visitar (eu que tenho cama, comida e água) vá até aqueles que nada tem. Aqueles que o governo e as mídias escondem da sociedade, que enquanto Roberto Carlos canta na Globo, morrem de sede, de fome, de tristeza.
Por favor, inverta a sua lista de prioridades também. Talvez não tenham te apresentado ainda esse outro lado da humanidade. Mas ele existe! E está destruindo tudo e todos. 
Espero, Noel, que dessa vez você leia a minha carta.
Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Fonte: Arrasando no Batom Vermelho

Julgamento sem réu


Estamos inseridos em uma sociedade doente.
Julgar, criticar e apontar, são apenas alguns dos sintomas que podem ser percebidos a qualquer momento por qualquer um que resolva pensar. Na internet não faltam argumentos e vozes. Recentemente, deparei-me com uma das piores sensações que já pude sentir. Li um post em um grupo no Facebook que dizia algo sobre a blogosfera (enfim...), quis comentar, expressar a minha opinião, digitei um texto imenso (desses que só lê quem realmente está interessado no assunto) e apaguei. Apaguei. Porque eu estava com preguiça. Sabia que várias pessoas iriam aparecer criticando a minha crítica, e que eu, assim como elas, iria querer rebater. E lá iriam horas do meu dia e paciência da minha vida. E aí eu parei e refleti. Queremos ser juízes o tempo todo. Já passou de ser uma questão de "liberdade de expressão". Porque isso já atingimos, ou melhor, conquistamos. Mas, para quê? Utilizamos essa "liberdade" para reprimir uns aos outros. A minha opinião sempre será a certa, mesmo que eu concorde com a sua. É assim que a sociedade está agindo. Canso de ver pessoas que apagam as suas postagens em redes sociais porque os outros não compreendem suas opiniões. Ou blogs que para um comentário ser publicado tem que antes passar pela aprovação do administrador. Ninguém quer ser apontado, julgado e criticado. E para isso, colocamos barreiras ao nosso redor o tempo todo.
Quanto a ser o agente ativo nessa zona, há disputa pelo primeiro argumento, cometário mais curtido, "textão"mais compartilhado...
Somos presa e predadores de uma mesma cadeia alimentar.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Somos Estranhos

Peguei uma folha, escrevi tudo o que estava me agoniando e fiz uma barquinho de papel com ela. Depois coloquei na piscina e esperei até que a água o consumisse. Fiquei com pena do barquinho. Mas estava aliviada. Todas aquelas preocupações e dores que tanto me perturbavam tinham sido afogadas e eu nunca mais iria precisar voltar a vê-las. Só se eu quiser, é claro. Porque a gente sempre pode fazer a dor voltar, num estalar de dedos. Somos mestres nisso! Hoje eu prefiro estar no meu canto, sossegada e com minhas próprias alegrias. Alguns preferem se isolar em suas aflições. Mas o problema é que, cedo ou tarde, se você não afogar o barquinho... ele te afoga. Eu considero isso um suicídio. E não me parece muito divertido quando se tem um mundo para explorar. 


Dizem por aí que o Sol nasce pra todos. Isso é verdade se você for o tipo de pessoa "literal". Mas se você for como eu, vai entender quando digo que o Sol só nasce pra quem quer ser iluminado. É uma escolha! Decida ser assim, e será. Tudo neste universo gira em torno de decisões. Por mais que eu as odeie as vezes, hoje as considero vitais. Vitais? Sim. Você escolhe o que comer, o que fazer, o que amar. E todos esses fatores podem te levar à morte. A verdade é que tudo envolve tudo o tempo todo. Chega a ser chato! Não fale, não pense, não leia, (não não não)  e não, antes de ter certeza que fez a escolha certa. Mesmo sabendo que metade da vida perderemos tomando uma decisão e a outra metade analisando se fizemos a coisa certa. 
Somos estranhos. 

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar :)

Escrever para mim


Eu parei de escrever. Pensei que não precisava, que não faria falta. Acreditei que o mundo ao meu redor continuaria a girar sem as palavras. Mas a verdade é que eu não suportei esse jejum torturante que meu interior me obrigou a seguir, minha mania de colocar essa confusão de sentimentos no papel, de tentar organizar tudo e depois, no sono ou durante uma xícara de café, devolver à minha cabeça.
Quando vão entender que não dá para existir, chorar, pular, abraçar, cantar, gritar, amar, sem um pedaço de papel e um bom grafite? (O grafite nem precisa ser tão bom)
As palavras têm poder sobre mim. Não quaisquer palavras, as minhas. Essas que escrevo enlouquecidamente enquanto uma tempestade de sensações dançam dentro de mim. É tão prazeroso quando consigo expressá-las, melhor ainda é depois de anos reler e conseguir sentir novamente toda aquela loucura interior.
Está me achando uma retardada? Você ainda não viu meus piores.
Gosto de escrever minha forma infantil de amar, sobre os detalhes incríveis do mundo ou criar personagens aleatórios que só a mim conseguem cativar.
Juntar letras, para mim, é como uma xícara com cappuccino eterno.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Plágio é crime!

Uma Carta ao Passado


Oi, Nany
Hoje é dia 12/08/2015 e, sim, você continua viva. 
Imagino que talvez a ideia de estar viva em 2015 te perturbe, sei o quanto, aí, no seu presente, isso parece algo perturbador. Mas, calma! Você vai superar, eu te garanto. Posso te pedir uma coisa? Sabe aquela sua amiga que anda se afastando? Vai atrás dela, pergunta o que está acontecendo e, por nada neste mundo, deixe-a ir embora. Ela fará falta... Ah, você vai reencontrar esse carinha mais 2 vezes durante a vida, acredita? Mas você vai continuar não querendo namorar com ele. Ah, passará a odiar Matemática logo no Ensino Médio e, desculpa, vai ficar em recuperação algumas vezes... Mas vai recuperar em todas! Não queria te dizer, mas eu, no seu (meu) lugar, adoraria saber, você vai estudar em uma escola longe de casa (dessas que tem que pegar ônibus) e não precisará ir de rota nunca mais! Sua mãe se casará outra vez, ela vai morar longe, mas vocês não perderão o contato. E você terá mais um irmão! Sério! Ele vai se chamar Davi e você vai se lamentar muito por não poder estar todos os dias ao lado dele acompanhando seu crescimento. 
Seu avô vai morrer. Você vai se desesperar... Mas, sabe essa faca? Largue! A barra vai ficar muito pesada, mas, acredite, você vai suportar. Vai precisar ser forte, Nany, pela sua avó e por mim (você). Eu te garanto que depois dessa tempestade você vai se tornar uma pessoa forte e madura. Saberá decidir e tomar as decisões necessárias. 
Não estou dizendo que não vai errar. Vai sim, e muito! Porém, saberá se levantar e tentará outra vez. 
Andréa vai se tornar uma de suas melhores amigas, uma mãe quase; e Claudio vai continuar por perto, acredita?
Você vai dizer " Eu te amo" para alguém.
Alguém que nem um personagem literário conseguiu superar. Ele é incrível, Nany, a junção de tudo que você sempre pediu a Deus. Pode até não ser perfeito, mas ele tenta ser o perfeito pra você e isso não é a coisa mais meiga que existe? 
Lamento lhe informar, mas o seu sonho de ser ruiva vai ficar para mais tarde. Você vai pintar o cabelo de preto, tipo, muito preto! 
Mas, sabe, Nany, se eu tivesse que escolher a história de alguém para me espelhar, sem dúvidas, escolheria a sua (minha). Está sendo mágico tudo que estou vivendo. Queria que você estivesse aqui para te mostrar, mas talvez isso estragasse tudo, né?
Eu te amo, Nany.
Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Ácaros

Eu tive que dar a notícia.
Tentei ser breve e delicada até o limite que a gravidade do assunto me permitiu.
Sentei ao seu lado, coloquei uma almofada no colo, olhei fundo nos seus olhos e disse:
"Seu pai morreu."


Eu esperei que o desespero tomasse conta daquela sala pequena da qual eu subestimava a capacidade de suportar notícias péssimas. Mas ele apenas cobriu o rosto com as mãos, encostou a cabeça no joelho e, por uma fração de segundos, achei que estivesse rindo. A dor faz com que o ser humano perca o controle de si e já não entenda a diferença de uma lágrima para um riso. Eu não sabia se corria para a cozinha e pegava um copo de água com açúcar ou se ficava ali parada, esperando o que estava por vir. O pior? Não. Ele levantou, caminhou lentamente até o quarto, se abaixou para olhar embaixo da cama, puxou uma caixa velha cheia de fotografia e, caído no chão, começou a abri-la. Haviam muitos registros. Eu não sabia o que ele procurava exatamente, mas era alguma coisa em especial, porque ele não cansava de passar foto a foto. Eu preferi sentar ao seu lado e esperar. Porque nessas horas é isso que os espectadores devem fazer, esperar.
Até que ele parou, segurou uma única fotografia, colocou contra a luz e disse: "Achei!"
Ele a entregou na minha mão e perguntou: "Está vendo aquele lá no fundo?" - eu balancei  a cabeça dizendo que sim - "É o meu pai."
Eu, diante de tamanha estupidez, disse: "Eu sei. O que tem de mais?"
Ele me encarou com incredulidade e calmamente explicou: "Ele está morto na foto?" - fiz que não enquanto ele abria um largo sorriso - "Pois é, ele nunca estará morto pra mim. Assim como nunca estará morto nesta fotografia."
Depois disso, levantou e foi até a varanda. Sentou na cadeira que seu pai tanto adorava e se entregou à dor, num choro silencioso e quase imperceptível.
Nesse dia eu descobri um detalhe da vida, a dor é tão estranha quanto ácaros. Pode não ser visível, ou até mesmo sentida, mas ela está ali, queiramos ou não.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.


Blog. Ter ou não ter?

Olá, galerinha
Tudo bem?
Hoje vou falar um pouquinho sobre como é ter um blog e o quanto isso muda a vida dos blogueiros. Espero ajudar você, que ainda está decidindo entrar para a blogosfera.
Vamos nessa?

O que é um blog?

Um blog já foi chamado várias vezes por mim de "cantinho", e continuo a usar essa palavra para definição. Considero o Naquele Outono meu cantinho virtual, onde posso falar de tudo um pouco. Hoje o blog se tornou meu refúgio, aqui me sinto bem e livre. É nesse cantinho da web que o blogueiro pode ser dono de algo, pode decidir, escolher, sem que ninguém mande ou opine. 


Sobre o que falar em um blog?

Essa é uma resposta muito relativa. Existem blogs específicos: literários, de moda, de viagens, de artesanato... Esses falam de um tema e o desenvolve em todos os posts, nunca fugindo ao assunto. Por outro lado, existem blogs como o Naquele Outono que falam sobre diversos temas e não seguem um padrão de assuntos. Eu, por exemplo, escrevo sobre livros, cotidiano, novidades e quando estou inspirada falo de moda e maquiagem. Ou seja, para você ter um bom conteúdo é necessário escolher um assunto que você domine, que saiba falar sobre sem se cansar. Eu optei por ter tema variado porque gosto de vários assuntos e não conseguiria seguir um padrão.


Como conseguir leitores?

Atrair leitores para o seu blog é uma tarefa difícil e exige muita paciência e dedicação. Nós costumamos visitar outros blogues e interagir com as blogueiras para trocarmos divulgações e visitas. Aos poucos forma-se uma rede de amigos na blogosfera e um vai colaborando para o crescimento do outro. Caso você tenha algum dinheiro para investir em divulgação seria mais rápido investir em mídias de divulgação, como o próprio Facebook e o Google. Mas, lembre-se, que não adianta ter 10.000 visitas em um dia se você não tiver um bom conteúdo, já que diante disso os visitantes não terão interesse em voltar ao seu blog.


Como ganhar dinheiro com o blog?

Es a questão. 
Muita gente já me perguntou isso. Se é trabalhoso conseguir leitores para o blog, imagina conseguir dinheiro sendo blogueira. Não é fácil! Mas é longe de ser impossível! Quando você atinge uma certa quantidade de visitantes, seguidores e comentários acaba atraindo muitas empresas interessadas em divulgação. Essas empresas solicitam um Media Kit (documento que o blogueiro faz mostrando quanto custa para divulgar em seu blog) e depois fecham negócio. Essas divulgação podem ser através de um único post, um vídeo ou até mesmo um banner fixo ao layout, isso vai variar dependendo dos interesses do contratante.
Uma outra forma de ganhar uma grana com o blog é o famoso Google Adsense. Nada mais é do que um programa que permite ganhos através de banners de propagandas que são colocados no layout do blog pelo próprio Google e a cada clique ou visualização uma certa quantia é recebida. Quando essa quantia atinge $100,00 o blogueiro consegue sacar o dinheiro.


Tenho que ter dinheiro para começar um blog?

OMG! Claro que não!
A única coisa que o dinheiro de fato pode ajudar no início é a divulgação, como já citado acima. Mas, não pense que ter produtos caros e roupa de marca irá contribuir para o crescimento do seu blog se você não tiver um bom conteúdo e força de vontade. Muitas blogueiras ostentam produtos caros, de marcas que a maioria das leitoras nem sequer podem comprar... Você acha isso legal? Claro que se uma marca cara oferecer parceria você não vai negar se achar proveitoso para o seu blog, mas nos seus posts tente apresentar os produtos acessíveis que a marca ofereça.
Enfim, dinheiro não resume sucesso. 


O que preciso para começar meu blog?

Já selecionou seu conteúdo principal? Então é hora de colocar isso ai em prática. 
Escolha a plataforma que melhor se adequar, experimente o Blogger (que eu uso) ou o Wordpress.
Como você ainda está no começo é bem legal escolher um layout grátis e esperar o blog evoluir para comprar um que será apenas seu, achei alguns nesses blogs: Colocando Salto e Menina, te contei?
Vou deixar aqui um vídeo que explique direitinho a mudança de layout no Blogger.



O nome do blog

Sim, essa é uma tarefa muito complicada. Seu blog será reconhecido pelo nome, será a primeira impressão que seus leitores terão do seu trabalho. Que responsabilidade! Vou dividir com vocês um pouco da minha experiência com nomes... Inicialmente meu blog se chamava "Mania de Leitor", um nome legal e prático de ser gravado mas o problema era que meus posts ficavam muito limitados, eu teria sempre que envolver assuntos sobre livros e isso estava me deixando muito desapontada. Depois troquei para "Facts in a Suburb", mas percebi que era muito difícil para meus leitores gravarem e voltarem ao blog. Depois, durante uma viagem, eu estava pensando muito sobre isso, e "Naquele Outono" surgiu na minha mente como mágica. hahaha Comprei um domínio na hora e oficializei o blog.
Um domínio é o famoso ".com" ou ".com.br" no final do link. Isso faz com que o "blogspot.com" ou o "wordpress.com" saia e fique com uma aparência mais profissional. É bem baratinho, gira em torno de R$30,00 por ano.


Preparada para ser um(a) blogueiro(a)?
Assim que criar seu blog deixe aqui nos comentários o link, adorarei visitar.
Espero que tenham gostado.
Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Coisa estranha

É complicado quando alguns insetos começam a voar pelo meu estômago. Pois é, não sou essas garotas fofas que têm borboletas dançantes por dentro. Na verdade parece que existe uma floresta em turbulência dentro de mim... Imagine todos os animais correndo e pulando de um lado a outro sem rumo, sem destino e sem vontade de parar. Que loucura! E por mais estranho que possa parecer, não quero que essa confusão acabe. Para ser sincera, quero que aumente.


Quero que mesmo parecendo que vai sair pelo ouvido, meu coração na se canse de chegar a 100 km/h toda vez que meu telefone fizer "Tãtãtãã". Só quero que ele aguente toda essa coisa estranha que está acontecendo comigo. Coisa estranha que não sei dizer o que é de tão estranha que está parecendo.


Hoje eu só queria saber como está a floresta por ai, os animais estão calmos? Desculpe, mas espero que não. Quero que eles estejam mais loucos que os daqui, que estejam completamente pirados!
Não deixa eles pararem, ta?

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;)


Para ouvir enquanto o Sol se põe

Eu sempre imagino a vida como um caminho simples e divertido, penso que metade das coisas que nos deixam estressados na verdade são meros meios de aprendizado para concluirmos com sucesso essa jornada. Penso também no quanto somos complicados, no quanto fazemos de um monstro um problema do tamanho de uma formiga, mas, de certa forma, isso enfatiza que somos seres humanos. 
Da mesma forma que podemos ser extremamente complicados, podemos ser estupidamente previsíveis. Não é coincidência ouvir uma música e se identificar na hora, né? Sempre achei curioso como podemos definir certos momentos com a letra de uma música de alguém que nem ao menos sabe da nossa existência.  
Por isso resolvi fazer uma Playlist um pouco diferente... Dei a ela o nome "Para ouvir enquanto o Sol se põe". Eu só queria dizer, para ouvir enquanto o dia vai terminando e o amanhã te espera ansiosamente. 
Espero que gostem ;)











Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Escreva-me

É engraçado como deposito tanta confiança no lápis e no papel.
Tem dia que estou desesperada, triste ou magoada com algo e em vez de querer desabafar com alguém eu fico contando os segundo para entrar no meu quarto, apontar o grafite e começar a devanear. Sei que nessas horas produzo os melhores textos que tenho... Que na verdade são meros desabafos sobre milhões de sentimentos aleatórios que eu insisto em passar para o papel. Eu gosto de ver como meus pensamentos ficam organizados numa folha branca, como as letras conseguem transformar algo abstrato em quase concreto para mim. 

Nessas horas sinto que um peso saiu das minhas costas e que conseguirei prosseguir. 
Mas tem vezes que os pensamentos se confundem, que as ideais se trocam... E tudo se desfaz. O texto lindo que sairia fica pra outro dia e a tortura passa a ser só minha. É ruim quando isso acontece, da mesma forma que é ruim quando acaba o grafite no meio de um desses devaneios. 

Tem dias que eu paro e seleciono alguns textos perdidos... É estranho sentir as mesmas borboletas dançantes daquelas épocas, é como se eu pudesse viajar no tempo com minhas palavras, como se cada parágrafo me transportasse para aquela realidade que jurava não lembrar mais. É por isso que tornei a escrita minha válvula de escape, porque ela me mantém presa a mim. 

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

Não copie sem creditar ;)