Julgamento sem réu


Estamos inseridos em uma sociedade doente.
Julgar, criticar e apontar, são apenas alguns dos sintomas que podem ser percebidos a qualquer momento por qualquer um que resolva pensar. Na internet não faltam argumentos e vozes. Recentemente, deparei-me com uma das piores sensações que já pude sentir. Li um post em um grupo no Facebook que dizia algo sobre a blogosfera (enfim...), quis comentar, expressar a minha opinião, digitei um texto imenso (desses que só lê quem realmente está interessado no assunto) e apaguei. Apaguei. Porque eu estava com preguiça. Sabia que várias pessoas iriam aparecer criticando a minha crítica, e que eu, assim como elas, iria querer rebater. E lá iriam horas do meu dia e paciência da minha vida. E aí eu parei e refleti. Queremos ser juízes o tempo todo. Já passou de ser uma questão de "liberdade de expressão". Porque isso já atingimos, ou melhor, conquistamos. Mas, para quê? Utilizamos essa "liberdade" para reprimir uns aos outros. A minha opinião sempre será a certa, mesmo que eu concorde com a sua. É assim que a sociedade está agindo. Canso de ver pessoas que apagam as suas postagens em redes sociais porque os outros não compreendem suas opiniões. Ou blogs que para um comentário ser publicado tem que antes passar pela aprovação do administrador. Ninguém quer ser apontado, julgado e criticado. E para isso, colocamos barreiras ao nosso redor o tempo todo.
Quanto a ser o agente ativo nessa zona, há disputa pelo primeiro argumento, cometário mais curtido, "textão"mais compartilhado...
Somos presa e predadores de uma mesma cadeia alimentar.

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.