Somos Estranhos

Peguei uma folha, escrevi tudo o que estava me agoniando e fiz uma barquinho de papel com ela. Depois coloquei na piscina e esperei até que a água o consumisse. Fiquei com pena do barquinho. Mas estava aliviada. Todas aquelas preocupações e dores que tanto me perturbavam tinham sido afogadas e eu nunca mais iria precisar voltar a vê-las. Só se eu quiser, é claro. Porque a gente sempre pode fazer a dor voltar, num estalar de dedos. Somos mestres nisso! Hoje eu prefiro estar no meu canto, sossegada e com minhas próprias alegrias. Alguns preferem se isolar em suas aflições. Mas o problema é que, cedo ou tarde, se você não afogar o barquinho... ele te afoga. Eu considero isso um suicídio. E não me parece muito divertido quando se tem um mundo para explorar. 


Dizem por aí que o Sol nasce pra todos. Isso é verdade se você for o tipo de pessoa "literal". Mas se você for como eu, vai entender quando digo que o Sol só nasce pra quem quer ser iluminado. É uma escolha! Decida ser assim, e será. Tudo neste universo gira em torno de decisões. Por mais que eu as odeie as vezes, hoje as considero vitais. Vitais? Sim. Você escolhe o que comer, o que fazer, o que amar. E todos esses fatores podem te levar à morte. A verdade é que tudo envolve tudo o tempo todo. Chega a ser chato! Não fale, não pense, não leia, (não não não)  e não, antes de ter certeza que fez a escolha certa. Mesmo sabendo que metade da vida perderemos tomando uma decisão e a outra metade analisando se fizemos a coisa certa. 
Somos estranhos. 

- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.

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