Eu tinha o costume de organizar meus pensamentos e meus sentimentos em alguns rascunhos de papel perdidos pela minha mochila do ensino médio, gostava de escrever tudo que estava dançando pela minha mente e depois reler. Relia várias vezes, se necessário, até que entendesse o que estava sentindo, até que meus sentimentos fossem tão meus que conseguiria mapeá-los, reconhecê-los exatamente como eram e senti-los como realmente eram. Mas a vida adulta e toda essa responsabilidade me engoliram. Passei a jogar meus rascunhos fora, eles passaram a ser apenas mais papel atrapalhando a minha já não pequena torre de papéis da faculdade e do trabalho. Esqueci o quanto era prazeroso abrir o word só para digitar meus melhores textos e depois guardá-los em um pasta cujo nome era "Meus pensamentos". Pode parecer dramático demais, mas sinto falta de me sentir, de me mapear, de me encontrar. Não que seja necessário estar tudo arrumado o tempo todo. Uma bagunça de sensações faz parte do que somos. E talvez amanhã eu acorde e ria do quanto eu estava perdida hoje. E talvez nada faça sentido. Ou tudo. Ou nem esse parágrafo. Talvez.
Nunca copie sem creditar ;)
Beijos e beijos
- Quando eu descobrir quem sou, conto pra vocês.